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  • Foto do escritorInes Rioto

Wladimir Popoff e Rosane, passaram dos 60 anos e moram em veleiro região de Paraty .


HISTÓRIAS DO MAR - Jorge de Souza - 20/03/2020


O paulista Wladimir Popoff, que mora com a mulher, Rosane, mais de 60 anos moram em um veleiro que geralmente fica ancorado perto das ilhas desertas da região de Paraty...


Neste momento, enquanto bilhões de pessoas no mundo inteiro estão confinadas em suas casas, privadas de se movimentarem e sentindo os desconfortos do isolamento social e a insegurança gerada pelo risco da contaminação pela covid-19, um grupo de brasileiros não mudou em praticamente nada a sua rotina. Seguem livres para sair de casa e se divertem em torno dela, com a certeza e a tranquilidade de que, mesmo fazendo isso, não correm risco de contrair o vírus. Porque o local onde eles vivem é praticamente imune ao avanço do coronavírus.


Eles moram no mar, onde, pela própria característica do ambiente e completa escassez de pessoas, o vírus não consegue se espalhar. E suas casas são barcos, que podem, inclusive, mudar de lugar, se surgir algum risco de o vírus chegar até lá. "Nesse momento, estamos mais seguros do que qualquer brasileiro que viva em terra firme", diz, com explícito alívio, o paulista Wladimir Popoff, que mora com a mulher, Rosane, em um veleiro que geralmente fica ancorado perto das ilhas desertas da região de Paraty....


"Aqui, onde estamos, não há nenhum outro ser humano num raio de cinco quilômetros. E, se a gente quiser, dá para mudar a nossa 'casa' para ainda mais longe", diz Wladimir. Tanto ele quanto a mulher já passaram dos 60 anos de idade e fazem parte do chamado "grupo de risco" do vírus. "Estamos naturalmente protegidos pelo mar", diz. "Só lamentamos não poder trazer para cá também os nossos parentes idosos, porque o espaço no barco é limitado". "Quem mora em um barco está menos preocupado, porque sabe que, se precisar, tem como escapar das áreas de contaminação, levando a casa junto", diz a ex-enfermeira Guta Favarato, que, junto com o marido, mora em um veleiro. "Basta levantar âncora e ir para um local mais seguro, pelo menos por um tempo". Cuidar da saúde também mental O mesmo alívio de Wladimir, Rosane e Guta está sendo sentido, neste momento, por todas as pessoas que resolveram trocar uma casa por um barco e a vida em terra firme pelo mar. Como o também casal Alcides Falanghe e Tatiana Zanardi, que, dez anos atrás, trocaram um apartamento em São Paulo por um veleiro no Caribe, no qual hoje moram e ganham a vida, recebendo e levando turistas brasileiros para passear nas Ilhas Virgens Britânicas


"Quem mora num barco já vive um tipo de isolamento natural, porque não há nem vizinhos assim tão perto. Portanto, para nós, não mudou nada. Exceto a preocupação com os familiares, no Brasil", diz Alcides, que é mergulhador e segue sua rotina diária sem nenhum contratempo, inclusive mergulhando no mar em torno do seu barco-casa. "Temos sorte de estar nessa situação", admite.


Mas, com base na experiência adquirida pela estreita convivência do casal no pequeno espaço de um barco, a mulher de Alcides, a chefe de cozinha Tatiana, tem um conselho a dar às famílias, que, por conta da recomendação dos órgãos de saúde, agora tenderão a ficar os próximos dias confinadas, dia e noite, dentro de casa.


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