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  • Foto do escritorInes Rioto

XV CONFERÊNCIA ESTADUAL DO IDOSO SÃO PAULO


Comissão organizadora da XV Conferencia Estadual do Idoso SP

Inês Rioto, Maria Odila Padula, Maria Helena Albanesi, Vera Fritz, Tomas Freund

Representantes da sociedade civil e do poder público de diferentes cidades do Estado de São Paulo debatendo, avaliando e propondo políticas públicas voltadas para a pessoa idosa. Assim foi a Conferência Estadual do Idoso, que teve sua décima quinta edição em Águas de Lindoia, no interior de São Paulo, entre segunda-feira, dia 11 de novembro, e quarta, dia 13. E blog traz os principais destaques deste importante evento que teve como tema “Os desafios de envelhecer no século XXI e o papel das políticas públicas”.

Como destacou a presidente do Conselho Estadual do Idoso, Vera Luzia do Nascimento-Fritz foi um longo caminho até a realização da Conferência Estadual do Idoso. A data foi alterada por duas vezes, mudando de agosto para setembro, e posteriormente para novembro. E sem recursos previstos no Orçamento do Estado foi necessário recorrer ao Fundo Estadual do Idoso para organizar a Conferência que reuniu 310 pessoas, sendo 285 delegados de 128 cidades . A maior delegação foi de São Paulo com 93 pessoas.

A mesa de abertura contou com Cláudia Fló, coordenadora técnica da área de Saúde do Idoso da Secretaria de Estado da Saúde, representando o secretário José Henrique Germann Ferreira; Simone Malandrino, coordenadora de Assistência e Desenvolvimento Social da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, representando a secretária Célia Parnes, e João Batista Orrú, o prefeito em exercício de Águas de Lindoia.

Pelo Conselho Estadual do Idoso, a presidente Vera Luzia do Nascimento-Fritz e o vice, Tomas Lucio Freund. Felipe Madio, do programa São Paulo Amigo do Idoso; Magali Pereira Gonçalves, secretária municipal de Assistência Social de Atibaia, e Henrique Rubens Jerozolimski, ex-presidente do Conselho Estadual do Idoso, completaram a mesa de abertura da XV Conferência Estadual do Idoso. Na foto principal, Claudia, Simone, o prefeito em exercício, Vera, Tomas, Felipe e Henrique Rubens.

Apenas as cidades que realizaram Conferências Municipais puderam enviar delegados para a Conferência Estadual. E em Águas de Lindoia, as propostas definidas nas Conferências Municipais foram discutidas em eixos de acordo com temas como saúde, moradia, transporte, educação e Conselho de Direitos. As propostas prioritárias eleitas na plenária são encaminhadas para a Conferência Nacional, que deve ocorrer no próximo ano em Brasília (DF). A delegação de São Paulo contará com 125 delegados municipais e representantes do Conselho Estadual do Idoso. Porém, a Conferência Nacional pode não ocorrer, ainda mais depois das mudanças no Conselho Nacional de Direitos da Pessoa Idosa (leia mais aqui).

Abertura

Claudia Flo, que já esteve á frente do Conselho, ressaltou a necessidade da colaboração de todos com boa vontade e espírito forte para que as propostas levantadas sejam efetivas. Simone Malandrino destacou a Conferência Estadual do Idoso como um lugar privilegiado para avaliar as políticas públicas e propor diretrizes para que o Estado seja cada vez mais amigo da pessoa idosa. E falou sobre iniciativas do governo estadual como o programa São Paulo Amigo do Idoso, o Selo Amigo do Idoso e o programa Vida Longa, parceria da Secretaria de Estado da Habitação com Desenvolvimento Social, além da ampliação do número de Centros Dia e de Centros de Convivência pelo Estado.

Claudia Flo ressaltou a importância da participação

Vera encerrou a abertura da XV Conferência Estadual do Idoso salientando as velhices diferentes e múltiplas, que podem ser complementares e nessa pluralidade buscar caminhos adequados para a construção e efetivação de políticas públicas. Outro ponto foi a necessidade de continuidade nos governos: “Sempre alguém começa uma nova história, mas o carro já está andando”.

Kalache

O primeiro dia da XV Conferência Estadual do Idoso teve ainda a palestra magna de Alexandre Kalache, referência mundial em envelhecimento e longevidade. Sua apresentação propôs uma jornada pela igualdade para todas as idades e a grande pergunta: estamos preparados para o desafio do envelhecimento do século XXI em toda sua diversidade?

O grande desafio, segundo Kalache, é deixar de ser desigual em um país em que se acumulam desigualdades ao longo da vida, e assim prevenir as diferentes formas de exclusão. Como a escolaridade que se reflete na queda das taxas de fecundidade. Enquanto a média brasileira de filhos por mulher é de 1,7, segundo dados de 2017, para aquelas que estudaram menos de oito anos a média aumenta para 3,4.

E para combater a discriminação seja pela raça, gênero ou pela idade, Kalache ressaltou que a mudança acontece pelas atitudes, informação e a determinação de cada um. Ele citou a escritora negra, filosofa e ativista, Djamila Ribeiro. Desconhecida pela maioria do público brasileiro, foi eleita este ano como uma das cem mulheres mais influentes e inspiradoras pela BBC-Londres.

Outro desafio apontado por Kalache na XV Conferência Estadual do Idoso são as rápidas mudanças no perfil e estrutura das famílias e sua influência sobre o cuidar. O ônus do cuidado recai sobre a família sem que haja políticas públicas efetivas para o suporte necessário. Será que estamos preparados para desenvolver uma cultura para o cuidar desde o início da vida baseada em direitos?


Alexandre Kalache falou de desigualdade e longevidade

Envelhecimento ativo

O preparo para envelhecer, de acordo com Kalache, está na criação de novos caminhos que facilitem esta jornada. Como os definidos pelo conceito de envelhecimento ativo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que consiste no processo de otimizar oportunidades de saúde, aprendizagem ao longo da vida, participação, segurança e proteção. Veja mais sobre o conceito no link da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Kalache afirmou que quanto mais cedo melhor para investir no envelhecimento ativo, mas nunca é tarde demais.

No que tange as cidades e políticas públicas, o que for bom para o velho, vai ser bom para todas as cidades, e é no que se baseia o projeto Cidade Amiga do Idoso. Criado há 12 anos, eram inicialmente 35 cidades e até o dia 7 de novembro já eram mais de mil, dos mais diferentes portes. Saiba mais sobre a iniciativa acessando o guia da OMS.


O papel dos idosos, segundo Kalache, nesse processo de mudança deve ser de protagonistas. Porém, envolvendo também a sociedade civil, instituições acadêmicas, setor privado, a mídia e o poder público. E com as revoluções tecnológicas, ele defende que o que nos falta é uma revolução na educação, com foco no aprendizado ao longo da vida e em atividades entre diferentes gerações que promovam a harmonia intergeracional. No desafio de pensar sobre a vida, também nos falta pensar sobre a finitude e nos preparar para que a morte ocorra conforme o desejado. Em breve mais conteúdo sobre a XV Conferência Estadual do Idoso. (Katia Brito)


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