Humanitas -Deventer - Holanda Instituição para idosos abriga universitários em troca de companhia
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Super Interessante - Vanessa Daraya
Existem alguns excelentes exemplos de programas habitacionais inovadores na Holanda voltados para ajudar idosos.
Um desses projetos permite que os estudantes vivam de forma gratuita junto a idosos residentes como parte de um projeto para afastar os efeitos negativos do envelhecimento.
Em troca de um pequeno apartamento sem aluguel, o lar de idosos da Humanitas em Deventer pede aos alunos que gastem pelo menos 30 horas ajudando os residentes por mês
Na casa de repouso Humanitas, em Deventer, na Holanda, é comum observar longos e gostosos bate-papos entre jovens e idosos. As conversas parecem acontecer entre netos e avós que se gostam muito. Todos moram juntos, só que não há vínculo sanguíneo entre eles.
Essa interação entre gerações, que coloca sob o mesmo teto 160 idosos e seis universitários faz parte de um projeto inovador, que começou há dois anos, quando o estudante Onno Selbach entrou em contato com a gerente da casa de repouso, Gea Sijpkes.
Ele reclamava do excesso de barulho, das condições precárias da universidade onde morava – com alojamentos caros e pequenos .
Lá, os estudantes das universidades Saxion e Windesheim não precisam pagar aluguel, desde que passem ao menos 30 horas por mês como “bons companheiros” dos idosos.
O objetivo é reduzir a solidão dos mais velhos e acabar com a imagem negativa que muitos têm sobre o processo de envelhecimento.
Os estudantes participam de diversas atividades com os moradores. Preparam refeições, fazem compras, comemoram aniversários, assistem TV e fazem companhia quando alguém adoece. Também planejam atividades de acordo com os interesses de cada um.
Quando um grupo de idosos demonstrou interesse por grafites, por exemplo, os alunos os levaram para as ruas, munidos de spray e pedaços de papelão para ensiná-los sobre essa forma de arte.
Já o morador Anton Groot Koerkamp, de 85 anos, se interessou por aulas de informática. Jurrien Johanna, seu vizinho de 22 anos, se prontificou a ajudá-lo. Hoje, Anton já sabe navegar na internet, tem perfil no Facebook e envia e-mails.
São relações como a de Anton e Jurrien que rompem o isolamento social e a solidão – tão comuns entre os idosos -, responsáveis pelo aumento dos casos de depressão e até de mortalidade