Capital terá vila com casas de 18m² para moradores de rua.
Veja SP- Por Guilherme Queiroz em 4 fev 2022
Com prioridade para famílias e crianças, a Vila Reencontro ocupará terreno onde atualmente funciona pátio do Detran.
Estruturas de 18 metros quadrados, com cama, cozinha e banheiro. As casinhas das fotos desta reportagem são uma prévia de como a Vila Reencontro, na altura do número 900 da Avenida do Estado, deve ocupar um terreno municipal atualmente em uso pelo Detran, na região central.
As 330 unidades serão voltadas para 1 674 moradores de rua, prioritariamente, famílias com crianças.
A promessa da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social é a entrega do empreendimento até o fim de 2022. “Vamos oferecer moradia temporária, prioritariamente para famílias
e pessoas que estão há menos de um ano na rua”, diz o secretário Carlos Bezerra Jr., 53, sobre o projeto na Avenida do Estado. A escolha dos moradores será feita por avaliação psicossocial, dando preferência para famílias com filhos na primeira infância.
O tempo de permanência inicial é de doze meses, que, segundo o secretário, poderá ser ampliado. Além de famílias, parte das vagas também será destinada para homens e mulheres solteiros. “ Para uma família, um espaço de cozinha individualizada. Mas para espaços com indivíduos solteiros, cozinhas e lavanderias comunitárias.”
A iniciativa é parte do Programa Reencontro, que, de acordo com as metas da gestão Ricardo Nunes (MDB), deve entregar 10 000 novas vagas para moradores de rua até 2024, fim do mandato iniciado por Bruno Covas. Segundo o censo divulgado em janeiro — apontado por lideranças de movimentos sociais como subestimado — , são 31 884 pessoas em situação de rua na capital. Atualmente, a cidade conta com cerca de 16 000 vagas na rede socioassistencial. A Vila é o primeiro projeto do pacote, cujo modelo poderá ser replicado. Dentro do espaço será oferecido o acompanhamento de profissionais da saúde e serviços para qualificação e recolocação no mercado de trabalho.
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“Estamos em contato com organizações como o Acnur (agência da ONU), acostumado a trabalhar em campos de refugiados, na prevenção de conflitos, pedindo a tecnologia social desenvolvida dentro da experiência deles, que é distinta, mas pode ajudar”, diz Carlos Bezerra. Para além da Vila, o titular da pasta de Assistência e Desenvolvimento Social adianta que nas próximas semanas a prefeitura vai disponibilizar mais 1 000 vagas em hotéis, totalizando 2 500 com as contratadas atualmente.
Mas, dentro do universo dos 31 884 paulistanos que são expostos à violência, frio e fome nas ruas, o previsto para este ano ainda está longe do ideal. “São Paulo tem a maior rede de acolhimento municipal do país. Reconhecemos que é um desafio amplo e muito mais precisa ser feito. Mas é importante ressaltar que a gestão Nunes tem a temática da população de rua como uma das três principais prioridades”, responde Bezerra.
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