Como as nossas relações influenciam o envelhecimento Ter uma boa rede de apoio também na vida real é
Na minha última coluna, falei do ambiente físico como um determinante do envelhecimento ativo. O ambiente social é outro determinante de igual importância. O apoio social, por meio das redes sociais (não as virtuais, mas as verdadeiras), com família, amigos, colegas e vizinhos; oportunidades para educação e aprendizagem e proteção contra violência e abuso também são fatores-chave para envelhecer bem.
Por outro lado, a experiência de violência e abuso, insegurança, analfabetismo e exclusão social gera desvantagens e riscos que podem contribuir para a dependência e para doenças na velhice.
Nesta coluna, então, vou falar sobre aspectos do ambiente social nos quais devemos investir o quanto antes para envelhecer bem. Esse “quanto antes” pode ser mesmo aos 60 ou 70. O que importa é estimular mudanças positivas, mesmo quando muitos acham que já está tarde demais. Porque, na verdade, nunca é tarde demais – mas quanto mais cedo, melhor.
Educação
Ter acesso à educação cedo na vida contribui para o desenvolvimento de capacidades necessárias para conseguir um bom emprego, para lidar bem com desafios da vida e para cuidar bem da própria saúde.
A evidência é clara: pessoas com maior escolaridade vivem mais e com mais saúde do que pessoas com um menor grau de escolaridade. A educação leva a uma maior e mais segura renda, melhores condições de trabalho e de moradia – fatores que em si só já contribuem para uma melhor saúde.
Com maior nível de educação também vem maior conhecimento sobre promoção de saúde e, consequentemente, maior probabilidade de seguir hábitos de vida mais saudáveis. E educação também é um protetor da saúde cognitiva: idosos com maior grau de escolaridade têm menor risco de desenvolver demência.
Quando falamos em educação, não importa apenas a educação formal, ou seja, o ensino básico, fundamental e superior. Há também cada vez mais estudos sobre a importância da aprendizagem ao longo do curso de vida, que contribui para maior autoconfiança, participação social e econômica, e estilos de vida mais saudáveis. Não vou entrar em mais detalhe aqui para ainda abordar o tema da aprendizagem ao longo do curso de vida, o famoso lifelong learning, numa próxima coluna.
Educação
Ter acesso à educação cedo na vida contribui para o desenvolvimento de capacidades necessárias para conseguir um bom emprego, para lidar bem com desafios da vida e para cuidar bem da própria saúde.
A evidência é clara: pessoas com maior escolaridade vivem mais e com mais saúde do que pessoas com um menor grau de escolaridade. A educação leva a uma maior e mais segura renda, melhores condições de trabalho e de moradia – fatores que em si só já contribuem para uma melhor saúde.
Com maior nível de educação também vem maior conhecimento sobre promoção de saúde e, consequentemente, maior probabilidade de seguir hábitos de vida mais saudáveis. E educação também é um protetor da saúde cognitiva: idosos com maior grau de escolaridade têm menor risco de desenvolver demência.
Quando falamos em educação, não importa apenas a educação formal, ou seja, o ensino básico, fundamental e superior. Há também cada vez mais estudos sobre a importância da aprendizagem ao longo do curso de vida, que contribui para maior autoconfiança, participação social e econômica, e estilos de vida mais saudáveis. Não vou entrar em mais detalhe aqui para ainda abordar o tema da aprendizagem ao longo do curso de vida, o famoso lifelong learning, numa próxima coluna.
Reforçar os laços de amizade ao longo da vida nos ajuda a enfrentar com mais leveza os nossos momentos difíceis
Vivendo às margens da sociedade
Sentir-se excluído e sem seus direitos protegidos, em qualquer país, rico ou pobre, traz sérios riscos para a saúde. Os motivos para a exclusão social são vários. Pessoas podem ser excluídas, entre outros, pela falta de recursos financeiros, por viver em áreas inseguras ou por pertencer a um grupo discriminado pela sociedade.
O que também acontece é que pessoas idosas se sentem excluídas socialmente pelas mudanças às vezes drásticas na vizinhança, que as fazem sentir estrangeiras na própria comunidade.
A perda de mobilidade muitas vezes resulta em um isolamento da pessoa idosa ou por vontade própria da pessoa que prefere se retrair da sociedade, ou pela sociedade que não sabe lidar com as limitações que a pessoa vem enfrentando.
Com esse exemplo, podemos ver novamente como todos esses fatores que estamos abordando nestas colunas estão interligados: um idoso que, por exemplo, teve uma queda e está com medo de cair novamente vai evitar ambientes menos acessíveis.
Não vai mais ao aniversário do neto que é celebrado no segundo andar de um prédio sem elevador. Não se encontra mais com os amigos para jogar baralho por não ter como ir até o botequim. E não é mais chamado para assistir à peça na qual a filha atua, porque o genro não pode dispensar meia hora a mais para ir ao teatro com o sogro num ritmo mais lento.
Ele também vai hesitar mais quando for a hora de fazer um exame periódico e talvez deixe de frequentar a Universidade Aberta da Terceira Idade. Porém, com um pouco de sensibilidade e esforço, a sociedade pode contribuir, e muito, para que esse idoso continue incluído e ativo.
Em resumo
Para viver muito e viver bem, então, não é suficiente cuidar da alimentação, fazer atividade física, evitar álcool e escolher um ambiente físico adequado. É preciso investir no nosso capital social, em relações sociais e educação. É preciso também, fazer a sua parte para diminuir a exclusão social e prevenir violência e abuso. Isso acaba não só beneficiando o outro, mas também a nós próprios.
Como todos os demais fatores, o ambiente social também oferece fatores de risco e de proteção, aos quais estamos expostos a vida inteira e cujas consequências sentimos na velhice.
Esses determinantes têm forte inter-relação um com o outro. Com uma educação melhor, você aumenta as chances de conseguir um bom emprego e assim maior segurança financeira, ter mais conhecimentos para cuidar melhor da sua saúde, ter seus direitos protegidos e viverá em um ambiente mais propício.
Ou ainda, com uma boa rede social, situações difíceis que possamos enfrentar ao longo do curso da vida como doenças, desemprego ou a perda de um ente querido ficarão menos traumáticas. Com isso, superamos as dificuldades com mais facilidade e assim diminuímos o impacto negativo das mesmas na nossa saúde.